Quando o caminho se torna a melhor parte
Pela janela do carro, podíamos ver o verde que se matizava com o azul do céu e as pétalas multicoloridas das hortênsias, flores que, neste caso específico, junto ao clima que começava a esfriar, funcionavam como pequenas máquinas de teletransporte para a Europa. Trinta minutos mais tarde e em meio a um cenário exuberante, chegamos a São Francisco Xavier. Mas como nem tudo é perfeito, nada funcionava na cidade naquele dia. Apesar de turística, São Francisco é muito pequena e, pelo visto, mantém as tradições das cidadezinhas, e uma delas é: nada aberto aos finais de semana. Mesmo assim exploramos o que foi possível, a começar pelas vielas aconchegantes e as paisagens cujo dom especial é imprimir um sorriso no rosto de quem as contempla.
— O que a gente faz agora? — pergunta meu amigo. Então olho para o alto e me deparo com uma placa artesanal indicando a direção mais curta para Monte Verde (MG). O nome não me era estranho. Busquei na memória onde tinha lido sobre... Provavelmente em alguma dessas revistas especializadas em turismo. Lembrei que o artigo fazia ótimas críticas ao local, o que foi decisivo para eu formular minha resposta: — É pra lá que a gente vai!
Estávamos a 59 quilômetros de São José dos Campos, e outros 60 e tantos de estrada de terra nos aguardavam. Claro que você pode fazer o caminho por rodovias pavimentadas, mas nós estávamos em busca de aventura, e queríamos sentir a serra da Mantiqueira da melhor forma possível. Por este motivo, depois de perguntar para muita gente se o trajeto era seguro, lá fomos nós. (Talvez não seja uma boa ideia pegar esse caminho em dias de chuva).
De São Francisco Xavier (São Paulo) a Monte Verde (Minas Gerais), o melhor é o caminho. A Serra da Mantiqueira é linda e extremamente fotogênica. Mas atenção: esse passei só é aconselhável aos portadores de espírito aventureiro.

