Entre Rochas e Estrelas
Passei um bom tempo planejando essa viagem, afinal a fotografia noturna tem desses caprichos. Reunimos um grupo de amigos e partimos para o cariri paraibano. Pela manhã, durante o trajeto, chovia bastante, o que comprometia e frustrava todo o nosso planejamento. Fotografar as estrelas exige, ao menos, céu limpo, sem nuvens, e longe da poluição luminosa. Mas a temperatura subia à medida que nos aproximávamos de Cabaceiras.
Já lá pelo meio da tarde, o céu estava quase que limpo por completo. Depois de uma sessão no por do sol voltamos no meio da noite. Já tinha visto por apps todo o posicionamento da Via Láctea e imaginado, na sessão anterior, as composições que exploraria à noite. Essa foi uma de minha últimas fotos, algo que veio de repente e se revelou espontaneamente ao olhar já quando descíamos o Lajedo de volta ao hotel.
Pus a Via Láctea ao fundo para fortalecer ainda mais a composição. Esse lugar é realmente fantástico. Perdemo-nos entre rochas que chegam a pesar 80 toneladas e um mar infinito de estrelas que não cabem nos olhos. O frio noturno, típico da região de clima seco e solo repleto de rochas, dá um toque especial, contrastando com a aridez severa do lugar e sentida ao longo do dia.
Na foto, a icônica pedra do capacete. Além do Lajedo, esse tipo de formação rochosa somente é encontrada em Devil's Marbles no Outback Australiano, Erongo Mountains na Namíbia e a região do Hoggar na Argélia. Um noite realmente inesquecível e da qual saímos todos extasiados.