Parakalo
Estive na Grécia há alguns meses e voltei de lá querendo ser grega. Fiquei encantada com o bom humor e com a calma das pessoas, que mesmo em crise continuam sorridentes e muito solícitas.
Lá conheci instrumentos musicais, um novo alfabeto, uma culinária cheia de queijo feta, tomate, azeite de oliva e temperos.
Até para uma estudante de arquitetura foi difícil concentrar a câmera apenas na paisagem construída tão aconchegante com a sua serenidade.
As paisagens naturais são arrebatadoras. O pôr do sol que vimos na estrada indo para Assos foi um espetáculo inesperado: se fala muito daquele de Santorini, que realmente é muito bonito, mas muito tumultuado com os turistas. Este do qual estou falando foi irresistível: tivemos que parar e assisti-lo. O degradê de cores mudou incessantemente por uns 20 minutos. Ficamos ali eu e meu amigos, calados em meio ao silêncio que às vezes era quebrado pelo sino das cabras que pastavam na montanha que descíamos de carro.
Percebi que como este, outros lugares se tornavam cenográficos sem nenhum esforço: um gato deitado no telhado de uma casa ou um cachorro cochilando numa varanda eram irresistíveis. Até eles mereciam fotos.
Entramos numa gruta para ver sua água límpida e azul. A empolgação e o estarrecimento de estar ali foram tais que nem piscávamos. o barco em que estávamos parecia flutuar tamanha a transparência da água, que estava geladíssima.
Em meio a todas essas descobertas, escutávamos sempre a palavra "parakalo", que descobri que significa "pois não" e é usada em muitas ocasiões. Os gregos são mesmo muito educados e muito acolhedores. Gostaria muito de voltar e dizer "obrigada" mais uma vez.
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