Um belo exemplar da arquitetura colonial europeia
Durante séculos, até mesmo antes da ocupação portuguesa, a região das Lagunas (hoje Região dos Lagos) do Estado do Rio de Janeiro foi lar de diversas sociedades. O lugar oferecia abrigo, alimento e o precioso sal tão importante para conservar alimentos.
Desta forma, a Coroa Portuguesa solicita a criação de um aldeamento em um ponto estratégico da localidade, para evitar a invasão de nações inimigas, assim como catequizar e “abrandar” os povos nativos. Deste aldeamento surgiu São Pedro da Aldeia, que o próprio nome demonstra suas origens. De lá para cá muitas coisas mudaram, mas a alguns marcos permanecem, como as igrejas, monumentos e conjunto arquitetônico civil (Casario).
Dos últimos, um se destaca por sua beleza, a Casa dos Azulejos. Típica construção da colonização portuguesa (os azulejos servem para “blindar” a estrutura das intempéries, tornando ameno de dia refletindo o sol e protegendo das chuvas e efeitos da maresia), a casa é forrada de azulejos portugueses azuis sobre a base de argila, cal e óleo de baleia. Erguida na segunda metade do século XIX, a casa foi propriedade da Família Feliciano Gonçalves Negreiro.
Curiosidade e causos pairam sobre este local que um centro cultural, atrativo e fábrica de artesanatos, já que segundo relatos, no Império, a casa recebeu a Família Real Brasileira (Princesa Isabel e Conde D’eu). Apesar da glória passada, a casa foi vendida ao primeiro prefeito da região pelo preço de três escravos, pertencendo a família deste até os dias de hoje.
Com suas belas telhas moldadas na coxa de escravos, esse belíssimo e raro exemplar na região de arquitetura colonial fica aberta nos dias úteis para receber visitantes e amantes de História Colonial.


